Endrick é um diamante sendo lapidado pelo melhor lapidador do Brasil


Endrick comemora o seu gol na vitória do Palmeiras contra o São Paulo, no Morumbi, pelo Brasileirão Imagem: Mariana Kasten/Mariana Kasten/AGIF

Acho que vale muito a pena nesse momento falar sobre a evolução do garoto Endrick.

Ele sofreu uma pressão desproporcional para fazer coisas geniais em partidas entre os profissionais, assim como fez em todos os times das categorias de base. Já havia demonstrado toda sua desenvoltura no sub-17 e sub-20, fazendo jogadas espetaculares.

Mas claramente, quando começou a jogar com o time de Abel Ferreira, sofreu com a marcação dos zagueiros já rodados, com mais experiência. O treinador palmeirense percebeu isso, não só nos jogos, mas provavelmente no dia a dia dos treinos.

Quando ainda era titular, começou a ser substituído e depois passou para o banco. Algumas vezes ficou até fora da relação dos jogadores que foram para os jogos.

Me lembro bem na época em que, entre tantos, eu fui um daqueles que deu razão ao Abel, porque ele estava ajudando o Endrick a se desenvolver como jogador. Além disto, o técnico português também preservou o garoto que estava encontrando dificuldade para atuar.

Endrick ficou um bom tempo sem fazer gols. Cheguei a escrever que isso pouco importava naquele momento, pois ele estava adquirindo confiança, um estilo de jogo.

À época, a jovem estrela alviverde estava jogando muito de costas para gol, se encostava nos zagueiros para tentar virar, mas não conseguia. Encontrava pela frente zagueiros fortes, que não davam chances para este tipo de jogada.

O tempo foi passando e o Endrick voltou a ser utilizado com mais frequência. Passou a ter melhores apresentações, encontrou um modo para se posicionar em campo que lhe favorecesse, visto que ele é rápido, tem ótima batida na bola e se posiciona muito bem dentro da área. Basta olharmos quantos gols fez sozinho na segunda trave.

Endrick está conseguindo finalizar mais em gol, aproveitando muito bem as chances que Abel tem lhe dado. Contra o Barcelona de Guayaquil, quando entrou em campo, o jogo estava 3 a 2 para o Palmeiras e ele fez o gol da segurança, fechando a vitória de virada em 4 a 2.

Ontem (12), o jovem atacante entrou contra o São Paulo com o seu time vencendo por 1 a 0, mas sofrendo uma pressão incrível do Tricolor. Bola na trave, defesas do Weverton, chutes perigosos. Mas logo na primeira jogada foi muito esperto em acompanhar toda a jogada e, quando sobrou, usou a sua ótima arrancada, deu um toque para frente e fuzilou de esquerda para definir a vitória por 2 a 0.

Abel Ferreira está fazendo um trabalho excepcional com o Endrick. A diferença é claríssima, porque começou a ser usado em momentos difíceis das partidas, fazendo gols que decidem os jogos. São gols de peso e ele não sente a pressão. Está muito mais seguro, fazendo escolhas certas em momentos cruciais.

Ainda tem muita coisa pela frente porque só tem 16 anos, mas está dentro de uma estrada evolutiva, com tudo acontecendo no tempo certo. A estrutura do Sociedade Esportiva Palmeiras tem muito mérito para que isto ocorra. Não é à toa que a base do clube vem vencendo campeonatos e torneios importantes, sem contar o número de revelações de alto nível que está se destacando nos últimos anos.

A vitória por 2 a 0 contra um grande rival como o São Paulo, no Morumbi lotado, foi obtida por meio de dois gols de garotos que saíram da base: Gabriel Menino e Endrick.

Abel também foi importantíssimo para colocar o Gabriel Menino nos eixos, porque ele já estava na mesma estrada do Patrick de Paula, Gabriel Veron e Renan estes três foram embora devido ao péssimo comportamento.

O treinador português deu uma última chance ao Menino e parece que ele aproveitou muito bem, visto que após a saída do Danilo (que continua fazendo falta) só se falava em contratar outro jogador. Quando o Abel precisou, Menino entrou e ganhou a titularidade.

O trabalho com o Endrick é diferente. Ele é um diamante que precisa ser lapidado. Abel Ferreira está lapidando essa joia da melhor forma possível.

A tendência é que o Endrick se torne um centroavante muito acima da média, mas precisamos ter calma porque ele ainda está na estrada.

Fonte: UOL

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