OPINIÃO - A vitória não pode mascarar os erros

Por: Léo Nascimento/NP

Antes de falar sobre o jogo, faço aqui uma observação: É a segunda vez que um jogador do Palmeiras foi punido com cartão amarelo por comemorar um gol. Eu não vi nenhum excesso ou desrespeito no gol de Lucas Lima contra o Santos e também não vi no gol de Moisés. Pra não ser injusto, Luan, do Atlético, também tomou cartão na sua comemoração - onde eu também não vi nada demais - o que mostra que, ao menos, houve critério na arbitragem desta partida. Acho que a arbitragem precisa rever os conceitos em relação a esses cartões. É esse tipo de bobagem que torna o futebol moderno tão odiado e cada vez mais chato.


Moisés palmeiras comemora gol

Agora, falando sobre a partida...
Depois de uma incômoda sequência de empates, sempre saindo na frente e cedendo à pressão do adversário, o Palmeiras finalmente conseguiu uma vitória. De quebra, ainda derrubou um longo tabu contra o Atlético-MG.

Róger respira aliviado.
Mas não podemos fingir que está tudo bem graças a isso.
Continuamos a sete pontos de distância do líder e a seis do vice líder. Dependendo dos resultados de hoje, podemos ficar a três do terceiro colocado. Fica muito difícil acreditar em título nacional considerando essa distância. E fica ainda mais difícil quando você não vê o time jogando um bom futebol. 

bruno henrique palmeiras comemora gol

Se fizermos as contas, dois fatores foram determinantes para a vitória palmeirense: O primeiro foi o nosso velho conhecido, Juninho, fazendo o que faz de melhor em campo: lambança. Felizmente, desta vez, ele estava do outro lado do campo e isso nos permitiu abrir o placar. O outro fator foi a brilhante partida de Bruno Henrique, o capitão do dia, fazendo um golaço de falta - que não acontecia desde fevereiro de 2015 - e outro já ao fim do jogo, quando a torcida já tinha desistido e contando com uma inesperada assistência de Deyverson. De resto, o que vimos foi mais do mesmo: Sai na frente; perde chances; perde o pique; recua; cede o empate. 

Tenho que dizer também que Róger anda merecendo os adjetivos que tem recebido da torcida. Há alguns fatores para os quais ele precisa atentar. E o principal deles é o sistema defensivo. Não dá pra exigir muito dos zagueiros. Infelizmente, os nomes que temos não são lá grandes coisas, mas fazem o melhor que podem com os recursos que possuem. Dá pra colaborar com o trabalho deles, fazendo alterações nas outras posições.

Weverton, a despeito dos gols sofridos, me agrada. É seguro, não toma gol bobo e nem chutão desnecessário. Como Jaílson e Prass, tem condição de ser titular. O gol é o único lugar onde não dá pra reclamar de ninguém. Diogo Barbosa, por mais habilidoso que seja, não pode ser titular. Victor Luís é muito mais responsável defensivamente, e contribui muito mais no infame 4-3-3.
  
O mesmo se aplica a Felipe Melo. Tem qualidade na saída de bola mas não tem a mesma velocidade de outros tempos. Sempre chega atrasado na bola - quando chega - e por isso mesmo está sempre tomando cartões e suspensões - e o time, tomando gols.

Na frente, também caberiam alterações. Moisés fez uma grande partida e, a despeito da grande atuação de Lucas Lima, tem que ser o titular. Mas não posso dizer o mesmo de Dudu e Gustavo Scarpa. Os dois, apesar da grande contribuição defensiva, erraram muito. E um deles poderia muito bem dar lugar a Hyoran, que vinha jogando bem - ou ao próprio Lucas Lima, ainda que isso deixasse o time em um 4-4-2, ou 4-3-1-2.

Róger tem muitas opções.  E a pior delas seria manter o desequilíbrio atual do time como padrão de jogo. Não vamos levantar nenhuma taça jogando dessa forma.
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