Opinião - Palmeiras de Roger aprendeu a enfrentar o Corinthians

Por Leonardo

Estou atrasado para falar sobre o clássico. Fiz de propósito. Não podia publicar nada no sábado, porque não seria nada além de um texto de um torcedor emocionado. E não podia publicar ontem, porque algum desinformado poderia achar que era brincadeira de 1° de abril.

O primeiro jogo das finais do estadual nos deixa duas mensagens bem claras. A primeira é que, gostem os torcedores ou não, o artilheiro do time - e do campeonato - não pode ficar no banco. Borja é meio louco, como diria o zagueiro do Novorizontino. Às vezes, apanha da bola. Na maioria das vezes - como foi no sábado - é a primeira opção para ser substituído e o time, geralmente, fica mais rápido sem ele. Mas futebol se vence com gols. E o colombiano tem feito muitos este ano.


Segundo, mas não menos importante: O Palmeiras finalmente entendeu, depois de um ano e quatro surras, a jogar contra o seu maior rival. Não existe "marcar a bola". Não se pode dar espaço para que os jogadores de qualidade pensem. Não se pode ter menos brio que o adversário. Nunca. Não se pode, jamais, desobedecer o mandamento de Scolari: "tem que ter raiva dessa p.... de Corinthians!

O Palmeiras abdicou-se da posse de bola, mas só deixou o Corinthians possuí-la nos pés dos zagueiros. Qualquer passe para os laterais ou volantes, já tinha marcação.
Outro erro corrigido em relação à partida da fase classificatória foi a tática pra jogar contra uma equipe sem centroavante. Os zagueiros acompanharam de perto o falso 9 do adversário, e isso dificultou ainda mais o toque de bola do meio pra frente. Os setores do rival ficaram isolados.

Pela primeira vez nos últimos cinco clássicos, tive a sensação de que poderia ter 180 minutos de jogo que o Palmeiras não sairia derrotado. Mesmo no segundo tempo, quando o time, visivelmente cansado, teve mais dificuldade em sair nos contra-ataques, se segurou firme na defesa.

O gol, tendo saído cedo, ajudou. Mas só saiu porque o time mudou a forma de jogar. Tenho visto Carille dizendo em diversas entrevistas que não muda o seu estilo de jogo. Se o Palmeiras tem jogadores capazes de mudar o estilo de jogo do time, é preciso fazê-lo, diante de um adversário cujo padrão de jogo sempre levou a melhor diante do nosso. E não é vergonha nenhuma jogar pra não tomar gol em uma final. Vergonha seria sofrer a quinta derrota seguida.

Como ponto negativo, fica o retorno à infantilidade do Felipe Melo. Os mais apaixonados podem até gostar do fato de ele ter uma rixa com um jogador rival, mas eu não. Se fosse um árbitro um pouco menos corajoso (o que deve ser o único ponto elogiável da arbitragem, diga-se), poderia ter deixado nosso time em desvantagem numérica por boa parte do jogo.

Mas, enfim: estamos com a vantagem. Resolvemos em casa. E, com a pausa no campeonato, o Corinthians terá a semana inteira livre, enquanto o Palmeiras tem só até amanhã pra decidir o planejamento para duas partidas. Eu entraria com time misto na terça. A libertadores pode até ser uma competição imensamente mais importante do que o estadual, mas o trabalho do Roger, até aqui, tem sido muito bom. O Alianza Lima não é lá grandes coisas. E um tropeço na libertadores, agora, pode ser recuperado. Uma derrota na final, porém o deixaria em xeque. Clássico derruba treinador. Em final então, nem se fala.

Não podemos perder pro Corinthians.




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