Herói no Palmeiras, Jaílson chegou a ser dispensado pelo clube


Foto: Thiago Bernardes / Gazeta Press

Xodó do torcedor do Palmeiras desde 2016, Jaílson correu seríssimo risco de deixar o clube sem nem ter feito uma partida. Em dezembro de 2014, dois meses depois de ser contratado, o goleiro foi liberado para procurar um novo emprego. “O vínculo do Jaílson com o Palmeiras havia acabado e o dispensaram. Quando eu cheguei, no início de 2015, fui buscá-lo de volta”, relembra o diretor-executivo de futebol, Alexandre Mattos.
Jaílson desembarcou no Allianz Parque em outubro de 2014, para o lugar de Fernando Prass, que havia passado por cirurgia no cotovelo. Fábio e Deola não conseguiram substituí-lo à altura e o Verdão decidiu apostar em Jaílson, então com 33 anos, e reserva no Ceará. O clube cearense nem cobrou pela rescisão.

Porém, Jaílson nem entrou em campo em 2014. Prass acabou se recuperando, jogou as rodadas finais e foi decisivo na permanência do Palmeiras na primeira divisão do Brasileiro. Já Jaílson viu seu contrato se encerrar e foi avisado que não fazia parte dos planos para o próximo ano.

“O Palmeiras tinha 89 jogadores entre o fim de 2014 e início de 2015. Eu quis ficar com nove atletas, entre eles o Jaílson. Só que ele já estava se acertando com outro clube do Paulistão”, relembra Mattos. “O Paulo Nobre então me autorizou a trazê-lo de volta, conversei com o empresário do Jaílson e ele ficou”, emenda.

A vontade de manter um goleiro veterano, que nunca havia jogado uma partida da Série A, causou cornetadas à recém-chegada diretoria alviverde. “Mas eu já conhecia o Jaílson por enfrentá-lo. Eu estava no América-MG e ele jogava no Guaratinguetá. Tentei contratá-lo em 2009, mas não consegui”, relembra o diretor-executivo.

Porém, os obstáculos de Jaílson antes de alcançar o sucesso no Palmeiras não terminaram na virada do ano de 2015. Na primeira temporada com Nobre e Mattos, ele fez apenas um jogo oficial, contra o Sampaio Corrêa, pela Copa do Brasil. Logo em seguida, se contundiu e teve de passar por cirurgia, voltando a ficar à disposição apenas em 2016.

Já Fernando Prass teve outra lesão com gravidade às vésperas da Olimpíada do Rio, em 2016. Seria a chance de Jaílson enfim ter uma sequência, mas o goleiro testado foi Vagner, que não se sustentou. Imediatamente, Cuca pediu a contratação de um goleiro. A diretoria, porém, bancou Jaílson antes de pensar em outro reforço para a posição.

Cuca concordou e Jaílson jogou 19 partidas do Brasileirão. Além de não perder, foi decisivo para o título nacional e acabou eleito o melhor goleiro do campeonato. “O maior mérito é do Jaílson, que soube esperar e está provando a cada dia seu valor. Mas o Cuca também teve seu papel ao dar oportunidades, assim como a diretoria que estava no Palmeiras em 2014, quando o contratou”, finaliza Mattos.
Fonte: Blog do Jorge Nicola
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