COF do Palmeiras cobra do presidente os valores gastos com comissões nos reforços de 2017


Intermediação paga na contratação de Deyverson é um dos interesses do COF (Cesar Greco/Palmeiras)

O COF (Conselho de Orientação Fiscal) do Palmeiras está no pé do presidente Maurício Galiotte para ter acesso a um relatório sobre os gastos com comissões pagas nas contratações de jogadores neste ano. Além dos valores, os cofistas também querem saber quais foram os empresários beneficiados com as intermediações.
O pedido havia sido feito pela primeira vez na reunião de julho. Em agosto, Galiotte foi cobrado para apresentar o balanço, mas não o fez. “Vamos aguardar por essa relação até a reunião do mês de setembro”, avisa um membro do conselho, criado para participar das decisões ligadas às finanças do Verdão.

Duas contratações, em especial, despertam a curiosidade do COF: a de Felipe Melo, fechada em janeiro, e a de Deyverson, concluída em julho. Os cofistas trabalham com um valor de R$ 2,5 milhões de comissão apenas na chegada de Felipe Melo, que havia rescindido seu contrato com a Inter de Milão alguns dias antes do acerto com o Verdão.

O fato de não ter pago qualquer centavo ao clube italiano pode ajudar o Palmeiras a justificar a comissão, além de luvas no valor de R$ 8,4 milhões a serem pagas em 12 parcelas trimestrais de R$ 700 mil, cada.

Já a comissão de Deyverson é um mistério. A única informação em posse do COF é a do valor final da compra do atacante junto ao Levante, da Espanha: 5 milhões de euros, que hoje equivalem a R$ 18,5 milhões. O atacante tem 26 anos e havia disputado a última temporada pelo Alavés, também da Espanha.

Não é a primeira temporada que o COF exige explicações sobre as comissões. No ano passado, o órgão implicou com a série de jogadores empresariados por Eduardo Uram e Fábio Mello que acabaram parando no Palestra Itália.

Porém, duas das intermediações mais custosas ao Palmeiras não tiveram Uram e Mello envolvidos. A aquisição de Lucas Barrios, em 2015, teve pagamento de R$ 1,92 milhão de comissão, enquanto a de Valdivia, em 2010, saiu inicialmente por R$ 1,8 milhão. Com o atrasado em uma das dez parcelas, o clube foi condenado pela Justiça a desembolsar, no total, quase R$ 2 milhões.

No total, o Palmeiras contratou 15 jogadores para 2017 – a conta não inclui Dudu, que teve mais 50% de seus direitos econômicos adquiridos no começo do ano, mas já fazia parte do elenco campeão brasileiro em 2016 e da Copa do Brasil em 2015. O custo de todas as operações foi de R$ 128 milhões, com destaque para dois atacantes: Borja e Deyverson (confira os preços pagos pelos atletas).

OS R$ 128 MILHÕES GASTOS PELO PALMEIRAS COM REFORÇOS NO ANO:

– Borja: R$ 32,8 milhões (comprado Atlético Nacional-COL)

– Deyverson: R$ 18,5 milhões (Levante-ESP)

– Bruno Henrique: R$ 13 milhões (Palermo)

– Dudu: R$ 11 milhões (por mais 50% que pertenciam ao Dínamo Kiev-UCR)

– Juninho: R$ 10,2 milhões (Coritiba)

– Luan: R$ 10,2 milhões (Vasco)

– Guerra: R$ 9,7 milhões (Atlético Nacional-COL)

– Hyoran: R$ 7,4 milhões (Chapecoense)

– Fabiano: R$ 7,2 milhões (Cruzeiro)

– Raphael Veiga: R$ 5,3 milhões (Coritiba)

– Keno: R$ 2,7 milhões (São José-RS)

– Mayke: R$ 0 (trocado por Rafael Marques até o fim de 2018)

– Felipe Melo: R$ 0 (rescindiu com a Inter de Milão-ITA)

– Michel Bastos: R$ 0 (rescindiu com o São Paulo)

– Willian Bigode: R$ 0 (trocado por Robinho)

– Antônio Carlos: R$ 0 (emprestado pelo Tombense)
Fonte: Blog do Jorge Nicola
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