Análise: Palmeiras goleia imediatismo, mas já tem pressão "clássica" adiante


Havia na quinta-feira, no primeiro tempo da terceira rodada (!) do Campeonato Paulista, quem já se atrevesse a pedir a cabeça de Eduardo Baptista no Palmeiras em grupos de WhatsApp e até em público, na arquibancada. Neste domingo, três dias depois de ter silenciado as vaias com a vitória sobre o São Bernardo no segundo tempo, o técnico goleou.

A vitória por 4 a 0 sobre o Linense, em Araraquara , foi também uma goleada simbólica para o sucessor de Cuca, que – talvez pela segunda vez na temporada – viu seu sistema de jogo encaixar. Isso já tinha acontecido em amistoso contra a Ponte Preta, quando seu time se cansou de perder gols e só empatou.
As dificuldades na vitória magra sobre o Botafogo, na estreia, e na derrota para o Ituano fizeram surgir críticas precoces por parte de quem imaginava atuações de gala mesmo em início de temporada. Mesmo sem todas as peças do título brasileiro de 2016. Mesmo lembrando que, na reta final da competição nacional, o Palmeiras vencia à base de muito suor.

Eduardo Baptista não terá essa desculpa por muito mais tempo. Mas merece alguma margem, por menor que seja, para colocar seus conceitos em prática, o que voltou a fazer neste domingo. Fã do esquema 4-1-4-1, o treinador fez mudanças só de nomes. Poupou Edu Dracena, Zé Roberto, Guerra e Róger Guedes. Escalou Yerry Mina, Egídio, Raphael Veiga e Michel Bastos.
Com nove minutos, foi preciso mudar de novo. Em uma dividida feia, Moisés torceu o joelho esquerdo e deixou o campo chorando para a entrada de Keno. O atacante caiu pela direita e "empurrou" Michel Bastos para o meio. Uma saída para não mexer no desenho tático, ao contrário do que ocorreu em Itu, quando um volante substituiu um lateral.

Regido pelo capitão Dudu, que participou da jogada dos quatro gols, o Palmeiras foi envolvente no ataque, com tabelas e constantes trocas de posicionamento. Willian e Raphael Veiga, no primeiro tempo, e Michel Bastos e Lucas Barrios, no segundo, balançaram a rede. Na única chance adversária, Fernando Prass e Vitor Hugo salvaram.
Uma goleada para rebater os críticos precoces – que, claro, vão se valer da lembrança de que o Santos fez seis gols neste mesmo Linense. Críticos que também vão avisar que, na quarta-feira, o adversário será o arquirrival Corinthians. Uma pressão clássica do futebol brasileiro, com a qual Eduardo Baptista terá que lidar.
Fonte: Globoesporte
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