Com vendas, Palmeiras ganhou 69% do dinheiro da Crefisa, mais que bilheteria e quase o triplo de 2017


Divulgação/Palmeiras

Acostumado a ser notícia no mercado por contratações, o Palmeiras tem se notabilizado nesta parada para a Copa do Mundo por suas vendas. Nas últimas semanas, quatro jogadores foram negociados, rendendo quase R$ 90 milhões, valor que é quase 70%, por exemplo, do que a Crefisa pagou em patrocínio e publicidade ao clube na última temporada.
A maior venda foi do atacante Keno, a caminha do Pyramids, do Egito, por 10 milhões de dólares, cerca de R$ 38 milhões na cotação atual. Os outros negócios foram os do volante Tchê Tchê, para o Dínamo de Kiev-UCR; do lateral João Pedro, com o Porto-POR; e do atacante Fernando, que foi para o Shakhtar Donetsk. No total, os quatro renderam R$ 89,7 milhões.

Considerando o demonstrativo financeiro alviverde de 2017, a quantia arrecadada com vendas representa 69% da receita de R$ 130,3 milhões obtida com patrocínio e publicidade e mais de 65% dos R$ 137,3 milhões provenientes de TV. As duas fontes representaram as maiores entradas de dinheiro nos cofres palmeirenses no último exercício.

Em relação às demais receitas de 2017, as vendas recentes já representam volume de dinheiro superior. As bilheterias de jogos, por exemplo, renderam R$ 74 milhões em 2017, mais de R$ 15 milhões a menos que o quarteto negociado. O programa de sócios Avanti, por sua vez, colocou quase metade do que valeram as transferências, R$ 47 milhões.

Comparando com as vendas de 2017, o atual ano também já é melhor. Na última temporada, com o dinheiro recebido pela ida Vitor Hugo à Fiorentina e também parte do negócio de Gabriel Jesus com o Manchester City, o Palmeiras acabou com receita de apenas R$ 36 milhões no futebol profissional.

Já nas despesas, os quase R$ 90 milhões obtidos agora com Keno, Tchê Tchê, João Pedro e Fernando seriam suficientes para pagar aproximadamente 65% da folha salarial anual do futebol, que foi de R$ 138,5 milhões no ano passado. Dividindo por 12, são quase sete meses resolvidos com a quantia.

O dinheiro também poderia ser utilizado para uma questão controversa nos bastidores do clube. Desde uma mudança no contrato com a Crefisa, o Palmeiras passou a assumir uma dívida de aproximadamente R$ 120 milhões com a parceira, valor que poderia ser quase 75% abatido caso toda a receita das quatro vendas fosse guardada para esse fim.

Essa dívida do Palmeiras com a Crefisa, contudo, só existirá, na prática, caso jogadores contratados com o auxílio da patrocinadora sejam vendidos por menos do que custaram ou saiam de graça ao final do contrato. Isso porque, antes, era a parceira quem assumia o prejuízo e, agora, o dinheiro é entendido como empréstimo, portanto, precisando obrigatoriamente ser devolvido.
Fonte: ESPN
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