Movimento pretende vetar mudança que permitiria Leila se lançar à presidência do Palmeiras em 2021

Divulgação / Agência Palmeiras
O Palmeiras vive um momento político decisivo para seus próximos anos. No próximo dia 21 de maio, o Conselho Deliberativo do clube se reúne para decidir mudanças no seu estatuto. Uma das propostas envolve a duração do mandato de presidente e está gerando uma guerra entre conselheiros nos bastidores do Palmeiras.

Aqueles que não querem a ampliação do mandato de dois para três anos estão juntos no Movimento Palmeiras Responsável, que abrange diversas correntes políticas do clube. De acordo com apuração da reportagem do Esporte Interativo, dentro do movimento existe a crença de que será possível barrar a proposta.

Para o Movimento Palmeiras Responsável, a medida é casuística e beneficia diretamente a atual gestão, já que o prolongamento passaria a valer a partir da próxima eleição presidencial, marcada para outubro desse ano. A preocupação gira em torno de um suposto projeto de poder da atual gestão que envolve aprovar a mudança para o pleito de 2018, conquistar a reeleição e ampliar o seu mandato até 2021 com a intenção de lançar a conselheira Leila Pereira como sucessora do presidente Maurício Galiotte. Caso a proposta não avance e seja mantida a duração de dois anos de mandato, Leila não terá tempo suficiente como conselheira para ser candidata na eleição seguinte, em 2020.

O Movimento Palmeiras Responsável entende justa a ampliação de dois para três anos de mandato com uma reeleição permitida e gostaria de aprovar a medida, porém sob a condição de que ela se torne válida apenas para o pleito seguinte ao deste ano. São necessários 141 votos num colégio total de 279 conselheiros para barrar qualquer proposta de mudança estatutária e, de acordo com o que apurou a reportagem do Esporte Interativo, já existe a certeza de que 140 membros votarão com o Movimento na questão em pauta.

O coletivo conta com nomes fortes da política alviverde, como o vice-presidente do Conselho Deliberativo Carlos Faedo e até mesmo Genaro Marino, vice-presidente da atual gestão de Maurício Galiotte. A reportagem teve acesso ao comunicado do Movimento Palmeiras Responsável em primeira mão e o disponibiliza na íntegra abaixo.

À toda coletividade palmeirense,

O Movimento Palmeiras Responsável reúne dezenas de conselheiros do clube, representantes de visões políticas distintas e heterogêneas. Tendo em vista a pretendida mudança estatutária com o objetivo de alterar o tempo de mandato do Presidente, a ser votada no próximo dia 21 de maio, apresentamos considerações relevantes para o entendimento da questão.
Buscando promover a pacificação nas discussões políticas do clube em momento tão promissor, entendemos que:

1. Não é aceitável em processos democráticos que alterações estatutárias relevantes possam modificar o processo eleitoral, eventualmente beneficiando a gestão em curso. Este artifício é repelido por todos os órgãos institucionais que regulam eleições. E não poderia ser diferente no Conselho Deliberativo da Sociedade Esportiva Palmeiras.

a. Nossa proposta: nenhuma alteração nestes termos pode ter validade na eleição imediatamente subsequente, ou estaríamos legitimando o casuísmo político. Sem impedir alterações nas vésperas do momento eleitoral, a cada eleição futura viveremos disputas fratricidas em torno de modificações estatutárias.

b. Essa prática já foi habitual no nosso passado recente, bem como em outros clubes. Suas consequências foram (e serão) sempre trágicas, especialmente pelo risco de apropriação pessoal do poder.

FONTE: ESPORTE INTERATIVO
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