Opinião: Porque o time não engrena?!

Eis que você sai empolgado de um jogo fantástico contra o Boca Juniors em La Bombonera, esperando uma vitória contra a Chapecoense - que até então, só tinha marcado um ponto na competição - e recebe um empate amargo e sonolento.

Vocês, assim como eu, devem ficar se perguntando por quê o time é tão irregular.


Tudo bem, o time dominou o segundo tempo. Teve um gol mal anulado em um lance que considero muito difícil para a arbitragem, no último lance da partida. E teve também um lance em que, na minha opinião, houve pênalti não marcado em cima de Felipe Melo. Mas podem reparar: Todo time que joga retrancado contra nós consegue pelo menos um empate. E isso não é por acaso.




Comecemos pelo treinador. Roger tem uma característica que me desagrada bastante: se o Borja está mal, ele entra com outro centroavante; se o meio não cria, ele troca o Lucas Lima pelo Guerra - por exemplo. Ele sempre troca seis por meia dúzia. Não faz alterações que mudem as características do time. Depende muito da velocidade da saída de jogo. E, quando pega um time que dificulta essa saída, o time não sabe o que fazer. A razão que torna uma partida contra o Boca, na Argentina, mais fácil do que uma partida em casa contra a Chapecoense é esta: falta de um esquema tático alternativo.
Vale ressaltar: Não sou a favor de termos trocas constantes de equipe. Tem que ter uma estrutura. Mas é preciso também ter um "plano B", caso o "plano A" não funcione.

Com a falta de alternativas do Roger, ficamos quase que exclusivamente na dependência do momento dos jogadores em campo. E aí entra mais um problema.



Anda faltando muita criatividade em campo, para o Palmeiras. Reflexo do treinador, talvez. Lucas Lima deveria resolver este problema, mas vive sumindo do jogo. Reconheço que não é muito fácil aparecer em campo quando há três no meio contra cinco do adversário. O time faz, praticamente durante toda a partida, a mesma jogada: levar o lance para a linha de fundo e cruzar - rolar na pequena área - sendo que nossos atacantes são baixos e/ou não cabeceiam bem e que o adversário tem pelo menos sete jogadores atrás da linha da bola. Raramente o time chuta de longa de distância e, quando o faz é com jogadores que não sabem fazê-lo. E o futebol praticado tem sido de uma lentidão e falta de eficiência que parece que os jogadores desconhecem o bobinho e os treinos em campo reduzido - muito por causa da proposta de jogo dos adversários, que já conhecem essa dificuldade do Palmeiras em jogar contra times com esquemas defensivos bem armados.

Essa incapacidade de fazer dois jogos com o mesmo padrão que nos fazem temer um novo 2017. São esses os tipos falha que irritam o torcedor e que o Palmeiras parece não saber corrigir. Mas precisa.

Ou alguém realmente quer ficar o ano todo vendo o time depender da boa vontade da arbitragem?!

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