Opinião: O que aprendemos?!

Alguns jogos grandes costumam decepcionar, de vez em quando. Acho que é consenso que todos esperavam mais de uma partida entre Palmeiras e Boca Juniors. Não foi um jogo bom. Na verdade, foi bem longe disso. Eu não diria, porém, que foi um jogo inútil.





Na classificação, nada muda. O Palmeiras continua sendo líder invicto do seu grupo e com uma vantagem relativamente tranquila em relação ao terceiro colocado. Porém, pra quem poderia garantir a classificação já na quarta rodada, o Palmeiras terá que defender a liderança novamente contra o Boca, em La Bombonera. E sabemos, isso não é uma tarefa fácil. O Boca, apesar de ser um time um tanto limitado tecnicamente, tem um sistema tático muito bem trabalhado.

Falando sobre a partida, eu tenho que dizer: Faz MUITA falta o tal do Gustavo Scarpa em um momento como este. Dudu tem tomado muitas decisões erradas nas últimas partidas. E ontem não foi diferente. Tentou o drible muitas vezes onde poderia ter tentado o passe. Voltou jogadas onde poderia ter avançado. E insistiu muito em alçar bolas à área, onde Borja - que também não foi bem na partida - tinha que, muitas vezes, combater dois ou três defensores. Se eu fosse o treinador e tivesse o Scarpa no banco, No primeiro tempo, Keno foi o único jogador ofensivo que realmente causou problemas à defesa do time argentino - auxiliado pelo Willian, no segundo tempo. O que me leva a perguntar: o que está acontecendo com Lucas Lima?!

Vem o segundo tempo, vem uma certa melhora do futebol do Palmeiras, mas continua a mesma proporção de decisões erradas do primeiro tempo. Arriscaram um pouco mais de média e longa distância, que é algo que eu até gosto. Mas o time foi muito mal nas finalizações e assistências. As jogadas de linha de fundo rasteiras são TODAS em direção à pequena área. A bola nunca é rolada pra quem chega de frente pro lance. É um desperdício de posse de bola.
Também não pude deixar de notar que o time não teve firmeza nas divididas. Entravam em todas pra tocar na bola, enquanto o Boca entrava em todas pra ficar com ela. Ali estava visível a tal "falta de brio" que o torcedor tanto reclama.
Defensivamente, a lateral direita me preocupa. O bom Marcos Rocha não teve a mesma eficiência defensiva que vinha mostrando - assim como não teve na decisão do paulista. Do outro lado, Diogo Barbosa fez o que se esperava dele.

A despeito de tudo isso, o Palmeiras conseguiu seu gol. Aos 46 do segundo tempo. E tenho que dizer: Roger Machado foi um dos poucos que não merecia o tropeço do time. Tirou o apagado Lucas Lima e pôs o Moisés, que foi bem. Tirou o Bruno Henrique e colocou o Guerra, que deu um passe primoroso para o Keno. Tudo parecia bem.

Mas aí aconteceu o que todo mundo temia.
Me pareceu até irônico, na hora. Eu fiquei os 90 minutos esperando o Thiago Martins fazer alguma besteira durante a partida, mas ele foi bem, encarando a partida com a seriedade que tem  que ser encarada, e quem acabou falhando -ridiculamente, diga-se - foi o Antônio Carlos. Parecia que não estava olhando pra bola. Tomamos o gol do único jogador que eu não queria que fizesse gol. Ressuscitamos outro defunto. E aí, fica claro que o torcedor também tem razão quando cobra que seja contratado um zagueiro de peso. Pelo menos um dos dois sempre passa algum momento de insegurança durante a partida.

É um jogo pra ficar na bronca. E é um jogo pra ficar preocupado. Eu chego a conclusão que, embora o trabalho venha sendo bem feito até aqui, o torcedor tem razão em muitas de suas reclamações.
O Palmeiras precisa de um ajuste tático, técnico e emocional. E não tem mais um período de testes.

Isso pode ser um problema.

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