Contradições e 'lapsos de memória'; como advogado estrelado do Palmeiras quer anular final

Na última terça-feira, um depoimento de oito horas e 10 minutos ocorreu na sede do TJD-SP (Tribunal de Justiça Desportiva do Estado de São Paulo) para determinar se houve interferência externa na decisão do árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza em anular o pênalti que havia concedido durante o 2º tempo da partida entre Palmeiras e Corinthians, pelo jogo de volta da final do Campeonato Paulista, no Allianz Parque.

Na longa sessão, falaram nomes importantes do processo, como o 4º árbitro, Adriano de Assis Miranda, e Dionísio Roberto Domingos, diretor de arbitragem da FPF (Federação Paulista de Futebol) - ele é, inclusive, o acusado pelo clube do Palestra Itália de ser o responsável por ter contato com informações de fora do estádio e ter feito elas chegaram ao árbitro para anular o pênalti.

Do lado palmeirense, o destaque ficou por conta da atuação de um "reforço" contratado especialmente para atuar no caso: o advogado José Luis Oliveira Lima.
Conhecido como Dr. Juca, ele tem se notabilizado por trabalhar em alguns dos casos mais "cascudos" do país nos últimos meses, seja na Justiça comum ou na esportiva.
Na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, por exemplo, ele participou da defesa do empresário Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira OAS, e de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil durante os governos de Luís Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Além disso, também atuou no caso do empresário J. Hawilla, ex-presidente da Traffic e um dos pivôs do escândalo de corrupção na Fifa que acarretou a prisão de José Maria Marin, ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), nos Estados Unidos.
No caso do Palmeiras, Oliveira Lima atuou ao lado da Kroll, gigante global do ramo de investigação privada, que já trabalhou em outros grandes casos brasileiros, como a investigação de denúncias contra Fernando Collor de Melo, ex-presidente do país.
Em entrevista à ESPN, o advogado afirmou que a defesa alviverde pleiteia a anulação da final do Paulistão caso a interferência externa seja realmente provada.
"O Palmeiras quer trazer à tona a verdade dos fatos. Se a verdade for demonstrar ao tribunal que houve interferência externa e que a partida tem que ser anulada, é isso que o Palmeiras irá pleitear. Afinal, está no regulamento (do Estadual)", afirmou.
Ainda de acordo com Oliveira Lima, as provas da interferência alegada pelo "Verdão" são claras.
"Ficou claro que houve interferência externa, até mesmo pelo enorme número de contradições nos depoimentos dados pelos árbitros. Falaram árbitro, 4º árbitro, 5º árbitro, assistentes, diretor de arbitragem, delegado do jogo, e todos se contradisseram", afirmou.
"Nos depoimentos, aliás, várias vezes foi dito pelos árbitros que eles não se lembram com clareza ou se esqueceram de vários fatos, e, por se tratar de acontecimento fato recente [a partida aconteceu no dia 8 de abril], não há tempo para tantos lapsos de memória", completou.
Agência Palmeiras
Questionado se estava confiante em uma vitória no caso, o advogado foi sucinto: "Estamos trabalhando".
Após a colheita de depoimentos da última terça-feira, o auditor responsável pelo caso no TJD, Marcelo Monteiro, esperou até 12h (de Brasília) desta quinta pela apresentação de novos vídeos tanto de Palmeiras como FPF. Depois, formulará um relatório, que pode ser apresentado na próxima segunda-feira.
O documento será submetido à procuradora Priscila Carneiro de Oliveira e ao presidente do tribunal, Antônio Olim, que podem acatar a denúncia e marcar julgamento ou optar por encerrar do caso. Qualquer decisão caberá recurso.
FONTE: ESPN

Postagem Anterior Próxima Postagem