Willian mais móvel e muitas infiltrações: um pouco da evolução do Palmeiras


Os 4x0 no Linense, no calor e gramado difícil de Araraquara, marcam um pouco da evolução do Palmeiras em 4 jogos sob o comando de Eduardo Baptista. E muito dessa melhora vem de Willian. O criticado ex-Cruzeiro mostrou, com muita movimentação e um gol, que pode ser o centroavante móvel que o sistema pede: combina gols com jogadas de preparação e movimentos que “enganem” os zagueiros e abram espaços para infiltrações

O que é ser um “centroavante móvel”?
Muito se fala que a figura do centroavante clássico vem se transformando. Mas ainda há muita confusão sobre o assunto: afinal, o que é ser um “9 móvel”? Com o jogo mais dinâmico, os centroavantes passaram a participar mais da construção do jogo, como Willian: sai da referência, abre em um dos lados, faz o pivô e combina conclusão quando há espaço.

Esse movimento de sair da referência faz o adversário se desorganizar. O zagueiro precisa pensar rápido, e geralmente opta por acompanhar o atacante, "quebrando" a linha e abrindo uma lacuna que pode ser aproveitada por uma infiltração rival. Willian trabalha assim no segundo gol, lendo o jogo e vendo Veiga ultrapassando para concluir livre. Em outros momentos, trabalhou em mobilidade sem a bola, algo muito importante: se um jogador fica com a bola apenas 2 minutos em 90, como olhar apenas para os momentos no qual ele tem a posse?



Os movimentos de Willian e de todo o Palmeiras estão mais naturais, mais "soltos". Muito por conta da manutenção na equipe, nos treinos, trabalhando e entendendo mais o modelo de jogo. O Palmeiras manteve o 4-1-4-1, como você vê na imagem. Esse “esquema tático” não traduz a movimentação do time, que foi o grande ponto de melhora contra o Linense.



Insanidade
É o que foi e está sendo essa cobrança desumana, absurda e irreal no trabalho de Eduardo Baptista. A ponto de uma torcida organizada entoar o nome de Cuca com outro treinador em seu terceiro - TERCEIRO - jogo oficial no ano. Não faz nem 2 meses que o Palmeiras ganhou um título, reforçou seu elenco, tem um estádio lucrativo, ganha horrores…se há algo errado, é com a própria torcida, que confunde expectativa com insanidade e pensa que futebol é videogame, com o treinador dando os comandos e "errando" e "acertando".

O Palmeiras de 2017 é e precisa ser diferente do de 2016. A exigência aumenta, os campeonatos são outros, pedindo um modelo de jogo mais complexo. Isso significa romper com aquele Palmeiras de marcação individual, jogadas de bola parada e jogo reativo. Colocar ideias mais elaboradas em um elenco com muita gente nova e acostumado a jogar de um determinado modo requer tempo, repetição, correção com erros. 

Uns gritam que “tem que pressionar sim” só porque Cuca era supersticioso. E olha que estamos em 2017... só com calma e trabalho a evolução aparece em campo.
Fonte: Globoesporte
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