QG no hotel e almoço à meia-noite: como Mattos fez Borja palmeirense


A notícia da contratação de Miguel Borja, com uma fotografia do atacante ao lado de Alexandre Mattos, foi publicada no site do Palmeiras às 23h45 (de Brasília) desta quinta-feira. Somente depois disso é que o diretor de futebol finalmente se sentou para "almoçar" na Colômbia.

Segundo pessoas próximas, após fazer escala em Bogotá e chegar a Medellín pouco depois das 8h da manhã – ou 5h no horário local, já que a diferença atual no fuso é de três horas a mais em São Paulo em relação à capital colombiana –, o dirigente se dirigiu ao hotel que viria a ser seu "quartel-general" para o restante do dia.

Foi lá que, pouco depois, ele recebeu Óscar Ignacio Martán, presidente do Cortuluá (clube que Borja defendeu no início de carreira e antes de atuar no Atlético Nacional) e investidor, e o empresário Juan Pablo Pachon. Apesar do desejo do jogador de 24 anos de se transferir para o futebol brasileiro, o agente teria feito jogo duro nas exigências iniciais.

A proposta levada por Mattos era de US$ 10,5 milhões por 70% dos direitos econômicos – valores bancados pela Crefisa, patrocinadora do clube, que só não emprestou um avião privativo porque o utilizaria nesta quinta-feira. A oferta, mesmo menor do que a apresentada por um clube chinês, já havia adiantado a negociação nos contatos feitos ainda no Brasil.

Em seguida, foi a vez de chegar ao hotel o presidente do Nacional, Juan Carlos de la Cuesta. Embora convencido pela vontade do atleta de sair, o dirigente também bateu o pé para diminuir a quantidade total de parcelas. Com concordância da patrocinadora, o homem forte do futebol palmeirense então propôs dividir o pagamento em apenas três vezes.

Por fim, quase quatro horas depois do início das conversas, Borja apareceu. Enquanto seus colegas de elenco se preparavam para a estreia no Campeonato Colombiano (diante do Atlético Bucaramanga, à noite), o atacante foi ouvir pessoalmente o que o Palmeiras tinha a lhe oferecer. Entre outras coisas, luvas de US$ 1 milhão e salário de US$ 100 mil.


Nesse meio-tempo, Mattos não deixou o local em nenhum momento. A exemplo do que já havia feito em outras negociações consideradas difíceis – como a do atacante Dudu, em 2015, que surpreendeu os rivais Corinthians e São Paulo, apontados como prováveis destinos –, o dirigente usou como estratégia "prender" ao seu lado todas as pessoas envolvidas diretamente no assunto. A informação é de que havia representantes chineses em Medellín.

Por volta de 21h30 (18h30 na Colômbia), o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, que prestigiava evento em homenagem à Leila Pereira (presidente da Crefisa), foi informado que o acerto estava próximo. As duas horas seguintes serviram para finalizar detalhes burocráticos, colocar o "verde no branco" e dar ao novo reforço uma camisa alviverde.

Assinado o vínculo válido por cinco temporadas, Mattos entregou a Borja também uma passagem para São Paulo – eles chegam juntos na manhã deste sábado – e foi finalmente "almoçar".
Fonte: GloboEsporte
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