Gabriel chegou ao Palmeiras no começo da temporada e em poucos meses tornou-se um dos pilares do time alviverde. Fora da equipe há três meses por causa de uma grave lesão, o volante é apontado pelos torcedores como essencial ao esquema tático.
Em entrevista exclusiva,Gabriel admite que se sente importante para o Palmeiras. Na metade do período de recuperação, o volante, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito, dá detalhes da atual rotina -- o atleta voltou a correr no campo na semana passada.
Gabriel também falou sobre a decisão contra o Santos na Copa do Brasil. De acordo com ele, o Palmeiras tem chance de vencer, mesmo em pior momento que o rival.
O volante de 23 anos traça uma meta: voltar a jogar na Libertadores, competição que o time alviverde luta para fazer parte, tanto na Copa do Brasil quanto no Campeonato Brasileiro.
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Com ele, a tarefa no Brasileirão poderia ser mais fácil. Gabriel disputou 16 jogos na competição, com oito vitórias, quatro empates e quatro derrotas (aproveitamento de 58,3%). Após a lesão, o time entrou em campo 18 vezes, com seis vitórias, dois empates e dez derrotas. O desempenho caiu para 37,1%.
Como está sua rotina após a lesão?
Gabriel: A rotina muda completamente. Estava acostumado a viajar com o grupo, concentrar, ir aos jogos, a adrenalina do jogo. Isso muda bastante. Mas todo dia eu trabalho aqui, na recuperação. A maioria dos dias faço dois períodos. Não dá nem tempo de lamentar a contusão. Ou descansar. Tenho de trabalhar. Nessa fase tenho que trabalhar dobrado. Depois da cirurgia sempre é complicado. Se for bem feito, voltarei ainda melhor. Isso que estou fazendo. Tenho certeza que vou voltar melhor do que estava. Nessa fase estou muito com a minha família e os amigos.
Quais os próximos passos?
Estou há três meses e uma semana na recuperação. A previsão é de seis meses. Acredito que estou muito evoluído, estou me sentido muito bem e confiante. Estou no período de voltar aos campos, de fisioterapia. Mudança de direção tem de segurar um pouco, para não prejudicar a recuperação que está indo muito bem. Em dezembro não vou parar. Estarei numa fase que não posso perder. Não terei férias, mas não vejo problema algum. Não vejo a hora de voltar a jogar bola. É um passo à frente para voltar melhor.
Você se sente como um dos pilares do time?
Eu sou um jogador importante, pelo momento que o Palmeiras passava, pelo jogos que vínhamos fazendo. Foram seis vitórias e um empate. O time estava muito bem e eu estava fazendo bons jogos. Estava no meu melhor no Palmeiras, um dos melhores na minha carreira. Todos sentiram a ausência. Foi a minha, mas poderia ser de qualquer outro jogador. Estou com a cabeça boa, vejo que o Marcelo está tentando suprir a ausência de todos os jeitos. Não vejo a hora de voltar.
Você faz falta ao Palmeiras?
Existem jogadores de muita qualidade aqui, com mais experiência. Sei que sou um jogador importante, pelo característica de jogo que tenho, de marcação e saída de jogo. Aqui em pouco jogos fiz dois gols. Estava em um momento de muita confiança, dando assistências também. Eu sinto que sou importante. Apesar de jovem, sei que posso falar, eu tenho uma liderança dentro do grupo. Vou levar isso para as outras temporadas.
O Palmeiras encara essa partida como uma revanche?
Por parte do Santos tem algumas provocações, pelo momento que eles vivem. É o estilo deles e respeitamos. Mas dentro de campo é 11 contra 11 e é decisão de Copa do Brasil. Não tem favoritismo que vai entrar em campo. Não tem quem está melhor no Brasileiro e quem está pior. São dois jogos de 90 minutos. O Palmeiras está muito concentrado nessa decisão. tenho certeza que seremos campeões em cima do Santos. Ficou um gostinho amargo no Campeonato Paulista. Deus nos deu a chance de decidir de novo contra eles.
O time é mais forte no mata-mata?
Sim, temos jogadores experientes. No momento de mata-mata tem de ter isso também. No Brasileiro tropeçamos muito por causa das ausências de jogadores, complicou um pouquinho. Mas mata-mata é um outro campeonato.
Qual a diferença entre Oswaldo de Oliveira e Marcelo Oliveira?
Os dois têm praticamente as mesmas características, de lidar com o grupo, de formação de time. São dois treinadores consagrados. São dois treinadores que me identifiquei bastante. Não vejo uma mudança tão grande. São dois treinadores de ponta no Brasil. O Oswaldo ficou muito chateado pela lesão. Eu não tenho contato com ele, mas é um cara que respeito bastante, Ele me deu a oportunidade de jogar no profissional, no Botafogo. Devo muito a ele. O Marcelo me dá muita confiança para eu recuperar com a cabeça tranquila. Ele me dá moral e fala que está esperando. Fico feliz também com o carinho do grupo e da comissão técnica.
E a sua adaptação ao futebol paulista?
Foi uma boa adaptação. Eu esperava chegar bem, porque estava bem fisicamente, estava me sentindo bem. O futebol carioca é bem diferente, é um pouco mais lento. O paulista é mais pegado, mais disputado, mas me adaptei bem, me identifiquei. Estou feliz com esse começo.
Como encarou a luta por uma vaga no time depois de tantas contratações?
Vi que seria difícil conquistar meu espaço aqui. O Palmeiras teve contratações importantes, de peso, em um momento de reformulação. Sabia que seria difícil, que teria de treinar muito bem para ter oportunidade de jogar. Felizmente consegui fazer isso, mas é preciso manter. Uma pena ter interrompido por causa da lesão, mas estou com a cabeça super tranquilo, já pensando e projetando o retorno.
Voltando à lesão, você acompanha o time mesmo em recuperação?
Os jogos em casa estou em todos. Gosto de estar no vestiário, de acompanhar de perto. Quando o jogo é fora, assisto em casa, com a minha família. Mas os jogos aqui em São Paulo eu não perdi um desde o momento que fiquei fora. Gosto mais de estar dentro de campo. Mas infelizmente tenho que ficar longe. Tenho que ter paciência agora.
Como é ficar fora das partidas decisivas?
Ver de fora é muito pior, sofre mais. Dentro de campo estou concentrado, tem a adrenalina. Fora de campo o nervosismo aumenta, a emoção também. Vejo espaços no campo, vejo coisas. É diferente, fora é diferente. Vejo o que o torcedor passa. Mas isso vai ser importante na minha volta, porque eu vou ver os dois lados da moeda, vai ser importante pro retorno.
E qual a sua opinião sobre o momento atual da equipe?
É muito chato, pois temos um time muito bom. Sabemos disso. O time não ganha, vem numa sequência de resultados ruins. Isso faz com que a cobrança aumente e ela precisa existir. A confiança do grupo também diminui. Ficamos chateados. Temos, agora, um tempinho para trabalhar. Então vamos tentar tirar um pouquinho a mais de cada um, porque tem de ter agora na reta final.
Você estará com os outros jogadores na pré-temporada?
A princípio vou participar com o grupo, principalmente treinos físicos. Vão começar a me soltar com bola no meio de janeiro. Estará praticamente perto do retorno. Estarei bem mais feliz na pré-temporada.
É um sonho voltar já em um jogo da Libertadores?
Seria uma coisa muito boa. Até arrepia. Tenho certeza que o Palmeiras vai lutar muito, pois temos chances reais nos dois campeonatos. O Palmeiras vai disputar a Libertadores em 2016 e eu vou estar lá.
O que você faz no tempo livre durante a recuperação?
Eu estou fora e estou procurando estudar futebol. Ver o jogo. É importante e acredito que vou ganhar muito com isso quando eu voltar. Vou ver os atalhos do campo. Hoje vou ao estádio e vejo espaços no campo que lá dentro eu não via. Estou procurando melhorar nesse sentido. Minha vida é futebol. Assisto vários jogos, direto. Eu vejo tudo. Quando tenho folga no fim de semana, acordo cedo para ver os jogos do Inglês, do Espanhol, do Alemão. Procuro ver porque entendo bastante. A parada vai ser importante para isso também.
FONTE: UOL
