Mais disputado do país, Zé Rafael fala do interesse dos grandes e vê Bahia com chance de Libertadores


Meia do Bahia é o maior ladrão de bolas do Brasileirão (Jorge Rodrigues/Gazeta Press)

Corinthians, Palmeiras, Santos e Cruzeiro. Esses são os quatro clubes brasileiros que já demonstraram oficialmente interesse no meia Zé Rafael, do Bahia. Autor de três gols e cinco assistências, o paranaense de 24 anos é o maior ladrão de bolas do Brasileirão, com 85 desarmes. Em entrevista exclusiva ao Blog, Zé Rakitic, como era chamado nos tempos de Londrina, explicou sua evolução tática, comentou o interesse dos grandes em seu futebol, admitiu chateação com o Coritiba, clube que o revelou, e comentou as chances de o Bahia se classificar para a Libertadores do ano que vem.
É a melhor temporada da sua carreira?
Com certeza. E é minha primeira temporada efetiva na Série A. Consegui ser bem regular, participei de quase todos os jogos, alguns com muito boa participação… isso é bastante positivo.

Você é o maior ladrão de bolas do Brasileirão, com 85 roubadas, mesmo sendo um meia-atacante. Como explica isso?
O engraçado é que, no começo da carreira, eu só queria jogar com a bola. Mas o futebol de hoje exige muita participação no momento defensivo. Tem que acompanhar lateral, voltar para marcar, encostar no volante. Eu fui aprimorando e hoje consigo marcar e atacar.

Foi essa versatilidade que fez de você uma das prioridades do Corinthians para 2018?
(Risos) Acho que pode ter ajudado. É bem provável que as pessoas tenham acompanhado a função tática que eu cumpro e viram potencial para executar o que o Fábio Carille cobra. Até hoje, eu só ouvi especulação. Mas, se for verdade, deve ter a ver com isso.

Além de Corinthians, foi também foi especulado no Palmeiras, no Santos e no Cruzeiro. Qual a sensação de ser um dos jogadores mais disputados do futebol brasileiro?
Fico feliz. É o reconhecimento de que o trabalho está sendo bem-feito.

Você renovou contrato com o Bahia recentemente. Isso significa que sua saída ficou mais difícil?
Não é por aí. A extensão do contrato foi uma ideia do Bahia para valorizar um pouco do trabalho que estava sendo feito aqui. A diretoria fez isso até para dar uma esfriada nas especulações, que estavam muito fortes. Mas não impede que uma venda seja feita no futuro, desde que fique bom para todas as partes.

A Traffic, que cuida da sua carreira, te passou algo oficial dos clubes interessados?
Passou que tem essas especulações, mas eu pedi para esperar o campeonato acabar, porque quero estar totalmente focado na reta final do Brasileirão. Muita gente pode estar surpresa com o Bahia, mas nós, jogadores, sabíamos que poderíamos ir longe. E acreditamos demais na chance de levar o título para a Libertadores.

Qual a matemática do Bahia para chegar na Libertadores?
Precisamos fazer nove dos 12 pontos que disputaremos. E a primeira decisão é nessa quinta-feira, contra o Santos, em casa. Se a gente conseguir mais um triunfo, vai dar um passo importante para entrar na briga de vez. E também estamos torcendo para o Grêmio ganhar a Libertadores e o Flamengo ficar com a Sul-Americana.

Você foi revelado no Coritiba, mas provocou depois de fazer gol no clube, neste Brasileirão. Ficou alguma mágoa?
Ficou um pouco, sim. Eu era muito novo quando passei por lá e talvez não estivesse pronto para jogar em alto nível. E o Coritiba só tinha craque na época, como Alex, Lincoln… Eu achava que tinha condição de ser melhor aproveitado, mas passou.

E a volta por cima veio no ano passado, no Londrina?
Amadureci muito jogando a Série B. Foi um campeonato importante para mim e deu bastante bagagem. Se eu estou tendo essa certa tranquilidade, foi porque sofri no ano passado. Agora, é continuar evoluindo.

Você surgiu no futsal. Como foi a mudança para o campo?
Fiquei no futsal até os 17 anos, quando o Nino, olheiro do Trieste, clube de formação lá de Curitiba, me descobriu. Aí, fui para a base do Coritiba.
 Fonte: Blog do Jorge Nicola
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