Após tropeços, Palmeiras descobre limitações do time


Cuca admite dificuldade em repor substitutos para Vitor Hugo, Moisés e Gabriel Jesus Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

A série de duas derrotas seguidas na temporada forçou o Palmeiras a fazer uma autoanálise. O clube contratou mais jogadores em 2017 e investiu um valor maior em comparação ao ano passado. Porém, o técnico Cuca admite ter dificuldade para fazer as atuações do time acompanharem essa equação, correspondendo as expectativas.

O clube investiu em 2017 mais de R$ 80 milhões na contratação efetiva de 13 jogadores, com parte do montante viabilizado pela Crefisa. Na janela de transferências anterior, aplicou aproximadamente R$ 22 milhões para trazer nove reforços para o elenco que terminaria a temporada como campeão brasileiro. 

"Eu já falei muitas vezes, e não é crítica. O Palmeiras fortaleceu muito o seu elenco, mas, se pegar o time do ano passado, não fortaleceu", explicou o técnico Cuca. "Perdemos Vitor Hugo, Moisés e Jesus. Não temos a qualidade dos três, porque é muito raro achar três jogadores assim", completou.O treinador campeão brasileiro do ano passado voltou ao cargo no último mês para substituir Eduardo Baptista e cumprir a missão de fazer o elenco render como 2016. O trabalho tem sido árduo, principalmente pela dificuldade em encontrar substitutos à altura para o trio considerado por Cuca como o pilar do Palmeiras e repetir a forma de atuar.

Nos últimos jogos a equipe apresentou inovações em campo para tentar consertar atuações ruins. Contra o São Paulo, no último sábado, o Palmeiras apostou em três zagueiros. Dias depois, na quarta-feira, contra o Inter, mandou a campo um setor de meio-campo apenas com volantes e sem armadores de origem.

Entre as apostas para fazer o time render como em 2016 a maior dúvida até o momento é com Borja. O colombiano custou R$ 33 milhões e veio para ser o substituto de Gabriel Jesus, vendido ao Manchester City, da Inglaterra. A contratação ainda não rendeu o esperado e, inclusive, para compor o setor o técnico espera a contratação de mais um atacante. "É preciso ter paciência com o Borja e com esse time. O problema é que a torcida nunca consegue esperar", opinou o ex-atacante Evair. 

O outro titular de 2016 que saiu do clube foi Vitor Hugo. Negociado com a Fiorentina, o zagueiro perdeu a vaga de titular no começo desta temporada. Edu Dracena acabou promovido, mas na última partida teve atuação ruim e foi substituído ainda no intervalo. 


A terceira perda listada por Cuca será solucionada em breve. O meia Moisés se recupera de cirurgia no joelho esquerdo e deve voltar à equipe no fim de agosto. O papel dele em campo no ano passado misturava o auxílio na saída de bola, tarefa de Felipe Melo atualmente, com a armação de jogadas, papel incumbido ao venezuelano Guerra neste time.

"No ano passado, o time tinha o Gabriel Jesus em grande fase e um Moisés que era muito importante taticamente. Eu sinto que o Palmeiras tem um nervosismo exagerado para que as coisas deem certo rápido", comentou Evair.

CONTRATAÇÕES

Parte dos reforços trazidos no começo deste ano ainda espera por mais sequência no time para testar se se encaixam à formação escolhida por Cuca. Três deles têm menos de dez partidas oficiais na temporada.

São os casos do zagueiro Antônio Carlos e dos meias Hyoran e Raphael Veiga. O trio se apresentou ao Palmeiras em janeiro. Trazido em abril, o zagueiro Luan, ex-Vasco, é o único reforço que não estreou. O defensor se recupera de uma fratura no pé direito e iniciou nesta semana os treinos com bola.

A contratação mais utilizada no ano é o atacante Willian, autor de nove gols em 27 partidas em 2017. Em segundo lugar, com 21 jogos, estão o titular, Felipe Melo, e dois reservas: Keno e Michel Bastos.
 Fonte: Estadão
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