Reforço do Palmeiras chora ao abraçar o pai e fala firme: 'Sou o Deyverson'

Atacante de 26 anos, que estava no Aláves e fez gols contra os grandes do futebol espanhol, lembra início sofrido de carreira e evita comparações com outros jogadores



Deyverson assinou contrato por cinco anos com o Palmeiras (Foto: Tossiro Neto) 

Apresentado no início da tarde desta segunda-feira como a última contratação do Palmeiras para a temporada, Deyverson, que estava no futebol europeu havia cinco anos, admitiu ser desconhecido do grande público brasileiro, mas não quis ser comparado com outros jogadores da posição, como Gabriel Jesus.

– O Jesus fez uma grande história aqui, mas eu sou o Deyverson – disse o atacante de 26 anos, que pertencia ao Levante, estava emprestado ao Alavés e tem no currículo gols contra os grandes clubes da Espanha.

– Muita gente no Brasil não me conhece, me conhece mais pelos gols contra Barcelona e Real Madrid, mas isso já passou. Agora eu vou trabalhar para ajudar o Palmeiras a ganhar títulos.

Carioca, Deyverson começou a carreira em Mangaratiba. Com 20 anos, passou pelo time B do Benfica e depois foi contratado pelo Belenenses, onde atuou por dois anos. Teve ainda uma curta passagem pelo Colônia, da Alemanha, até chegar ao futebol espanhol. Caminho que traçou depois de ouvir muito "não" em peneiras Brasil afora e até a vender salgado e cano de cana.

– Se for contar minha história, vou chorar aqui. Não sou nenhum anjinho para falar "tadinho", todo mundo já sofreu na vida. É complicado. Deus e meu pai, um cara que... – disse o reforço palmeirense, antes de, de fato, chorar e convidar o pai para um abraço diante das câmeras.

– Ele batalhou por mim, deixava de dar comida em casa para dar dinheiro para eu treinar. Peço a Deus pela vida dele e da minha família. Acordava às 4 horas da manhã para fazer teste, bati e voltei, mas nunca desisti. Para mostrar aos outros que pode realizar o sonho. Não quero ser melhor do que ninguém, só queria ter meu espaço no futebol. Eu falei de desistir, vender salgado... Isso não é tristeza, é orgulho. Se não ajudasse as pessoas a levar sacola no mercado, não tirasse entulho do portão, não estaria aqui. Na dificuldade é que encontramos os guerreiros. Me sinto como se tivesse derrubado um gigante. Sofri bastante para estar aqui.

Deyverson abraça o pai durante apresentação no Palmeiras (Foto: Tossiro Neto)

O novo atacante é o reforço que a comissão técnica pretendia. Um jogador com força física para brigar com os zagueiros, mas que também tenha mobilidade e consiga jogar fora da área. No ano passado, Gabriel Jesus - com quem Deyverson evitou se comparar - ajudava na marcação até no campo de defesa e tinha velocidade para voltar ao ataque.

– Sou um jogador muito divertido, brincalhão. Acho importante para o grupo ser brincalhão, carismático. Dinheiro e fama não é tudo. Você tem que ser ser humano, pessoa, tratar os outros como você. Mas, dentro de campo, sou bastante sério, rígido. Só paro de jogar quando o juiz apita. Eu sou jogador que luta, que briga - comentou Deyverson, entre elogios à estrutura do novo clube.

– Quando eu soube que o Palmeiras tinha interesse em me contratar deixei tudo de lado. Muita gente falou que dei um passo atrás. Dei um dez passos à frente. Palmeiras é um clube quase europeu. Eu estou aqui no Palmeiras hoje e não voltaria atrás nunca.
 Fonte: GloboEsporte
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