Fora de casa, Palmeiras vai além do clichê no 'saber sofrer'

Atlético-PR x Palmeiras
Geraldo Bubniak/AGB
É cada vez mais comum ver treinadores e jogadores dizendo que uma determinada equipe "soube sofrer". De tão repetido, já virou clichê. No Palmeiras versão 2018, porém, o termo é colocado em prática nas partidas longe de casa.

A vitória por 3 a 1 sobre o Atlético-PR na Arena da Baixada foi a 11ª em 14 jogos do Verdão como visitante na temporada. Foram dois empates (0 a 0 com a Ponte Preta, no Paulista, e 1 a 1 com o Botafogo, no Brasileiro) e só uma derrota (2 a 0 para o Corinthians, em Itaquera, na primeira fase do Estadual). O time tomou apenas cinco gols nesses duelos. Marcou 25 vezes. Números muito fora do padrão.

Roger Machado usou outras palavras para dizer que o primeiro passo dessa consistência longe do Allianz Parque é "saber sofrer". Contra o Atlético-PR, o Palmeiras conseguiu suportar o momento de maior domínio do adversário - dos 15 aos 40 minutos do primeiro tempo - sem sofrer gols. Isso também aconteceu contra o Boca Juniors, em La Bombonera, contra o Corinthians, no jogo de ida da final estadual, contra o Junior Barranquilla, na Colômbia...

- A gente se propõe a manter o zero no placar. Manter o zero no placar, como visitante, faz você ir jogando a pressão para o adversário conforme o tempo vai rolando. Você vai tendo mais espaço para jogar, organizar suas ações ofensivas. Jogando como visitante, dificilmente a torcida vai permitir que a equipe adversária jogue recuada, aí vai surgir espaço para a gente. Jogando em casa a gente tem pressionado os adversários, tem feito bons jogos também, mas por vezes o sistema defensivo bem montado não permite que a gente consiga vencer. A estratégia jogando fora não difere muito de quando é em casa. Em casa precisamos propor o jogo, os espaços para o adversário vão aparecer, e algumas vezes podem ser bem prejudiciais - analisou o treinador.

O Palmeiras "sabe sofrer" porque dificilmente se permite ser massacrado pelo adversário, por maior que seja o domínio territorial e de posse de bola. A defesa, em geral, tem estado bem protegida nestes momentos.

Fora de casa - muito mais do que no Allianz - o time também tem feito os adversários sofrerem, criando uma boa quantidade de oportunidades de gol usando diferentes estratégias dentro de um mesmo jogo. Ora a marcação é muito alta para asfixiar a saída de bola do rival, ora o time se retrai e sai em contra-ataques... Contra o Atlético, aconteceu um pouco de cada.

Os próximos dois jogos também serão fora de casa: América-MG, quarta, pela Copa do Brasil, e Corinthians, domingo, pelo Brasileirão. Se mantiver a boa toada, o time se verá no topo da tabela do Brasileirão (ou perto disso), com a classificação encaminhada na Copa do Brasil e com a vaga para as oitavas da Libertadores já assegurada. Dava para ser melhor? Dava.

Se o desempenho no Allianz Parque fosse tão bom, o time seria também campeão paulista e talvez já ocupasse a ponta do Brasileirão. É o ponto a ser corrigido neste momento.
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