Conselho fiscal do Palmeiras pede para clube vender reforços da Crefisa

Novo contrato com empresa leva grupo a sugerir mudanças no acordo e até a não contar mais com o aporte externo

Leila Pereira e Maurício Galiotte em entrevista para oficializar renovação do patrocínio Foto: Fabio Menotti/Ag. Palmeiras

O Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) do Palmeiras quer que o presidente do clube, Mauricio Galiotte, tome atitudes sobre o acordo em vigor com a Crefisa para contratar jogadores. Em parecer encaminhado ao mandatário do clube, o órgão pede mudanças – entre elas, que a patrocinadora não coloque mais dinheiro em reforços e também um plano de metas para negociar quem chegou ao time com o aporte da empresa.
A reportagem do Estado teve acesso à cópia do relatório elaborado pelo COF sobre a relação do clube com a Crefisa e o comunicado com as sugestões de mudanças (veja mais abaixo). O documento foi enviado em 26 de março ao presidente do Palmeiras e assinado pelo presidente do órgão, Carlos Afonso Della Monica.

O relatório de oito páginas foi encomendado pelo COF a um grupo de cinco conselheiros. O texto tem entre as principais sugestões não recorrer mais à Crefisa para contratar jogadores, além do pedido para o departamento de futebol criar um plano de metas para vender quem foi trazido com a verba da empresa – nove atletas do elenco atual chegaram assim.

A motivação para os questionamentos foi a alteração contratual revelada pelo Estado em janeiro. Os reforços bancados pela Crefisa deixaram de contabilizados pela empresa como compras de propriedades de marketing dos atletas para serem configurados como empréstimos.

A alteração foi firmada com aditivos contratuais em dezembro de 2017 e janeiro deste ano e foram elaborados para evitar novos problemas para a Crefisa. No ano passado a empresa foi multada em R$ 30 milhões pela Receita Federal, que considerou irregular o formato anterior para trazer reforços.

O relatório do COF sugere a Galiotte reavaliar o novo acordo por implicar ao clube devolver dinheiro à empresa uma quantia chamada de "vultosa". Se antes a Crefisa assumia o prejuízo caso o jogador contratado fosse revendido por um valor abaixo, agora o Palmeiras terá até dois anos depois da saída do atleta para devolver a diferença, com correção de valor pela CDI, de 0,5% ao mês.


Reforços da Crefisa no Palmeiras

Segundo estimativa de Galiotte, o Palmeiras terá de acertar com a patrocinadora cerca de R$ 120 milhões nos próximos anos como devolução dos investimentos. O clube disse que não comentará o assunto por se tratar de algo a ser resolvido internamente.

A proprietária da Crefisa e conselheira do Palmeiras, Leila Pereira, protocolou carta no COF com o pedido para ser chamada à reunião do órgão e prestar esclarecimentos sobre os aditivos contratuais.

Trechos do relatório


Sugestões finais elaboradas pelos conselheiros do clube Foto: Reprodução



Fonte: Estadão
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