Roger e Jair duelam em ano de afirmação como técnicos


Roger e Jair duelam neste domingo (Foto: Infoesporte)

Roger Machado e Jair Ventura são dois dos principais destaques de uma nova geração de treinadores. No domingo, às 17h, eles estarão frente frente para a disputa de um clássico que será o primeiro grande teste do trabalho dos dois, que assumiram Palmeiras e Santos, respectivamente, há cerca de um mês.
A caminhada em São Paulo começou de maneiras diferentes para os técnicos. Enquanto Roger assumiu o Palmeiras com uma equipe consolidada e com dinheiro para investir, Jair tomou o comando do Santos com os cofres vazios e com baixas importantes no time.

– São realidades distintas. O Palmeiras manteve a base e qualificou o elenco, enquanto o Santos está na contramão, perdeu seus principais jogadores (Lucas Lima e Ricardo Oliveira), e o Bruno Henrique, o melhor da temporada passada, está fora do clássico (com uma lesão no olho) – aponta o comentarista da TV Globo Caio Ribeiro, que vê os palmeirenses, que jogam em casa no domingo, em vantagem para o confronto.

Esse cenário interfere nos resultados dos dois times neste início de temporada. Em quatro jogos pelo Paulista, o Palmeiras venceu todos. O Santos, por outro lado, tropeçou duas vezes em casa: perdeu para o Bragantino, na Vila Belmiro, e empatou com o Ituano, no Pacaembu.

Novos, Roger Machado (42 anos) e Jair Ventura (38) tiveram ascensão recente. O primeiro surgiu no Grêmio, depois teve passagem de pouco sucesso no Atlético-MG. O segundo foi promovido de auxiliar a técnico no Botafogo, de boa campanha no Brasileiro de 2016, mesmo com orçamento bastante limitado.

Para Caio Ribeiro, ambos têm, agora, chance de ser afirmarem na profissão:

– O Roger teve um começo de carreira promissor, parece ser antenado, moderno, mas o pessoal não teve muita paciência com ele. Imaginava que ele fosse ter mais tempo no cargo, especialmente no Atlético-MG. O Jair está dando um salto. Sai de um time com orçamento menor para um Santos, que vem há três ou quatro anos disputando lugar na zona da Libertadores – diz o comentarista.

– É o grande ano deles. O Roger se mostrou um treinador que põe o time para frente. O Jair montou sistemas defensivos sólidos, times aguerridos. Vamos saber se o Roger vai justificar a expectativa em torno dele, com um trabalho com início, meio e fim, e se o Jair vai acrescentar esse aspecto ofensivo (à equipe) – completou Caio.

O Palmeiras de Roger
Com uma ideia de jogo definida, Roger Machado tem aproveitado a manutenção da base do ano passado para dar sequência ao time nas primeiras rodadas do Paulistão. O resultado tem sido o melhor possível: quatro vitórias e 100% de aproveitamento na temporada.

Dos reforços para 2018, apenas Gustavo Scarpa ainda não foi relacionado – isso deve ocorrer pela primeira vez justamente neste domingo, contra o Santos. Na Academia de Futebol, a expectativa é sobre como o treinador irá administrar um grupo com tantas opções de qualidade.

Internamente, Roger já afirmou aos atletas que respeita a história de cada um no clube, mas que seu trabalho começaria do zero, um discurso que deu a todos condição de igualdade na pré-temporada. Um exemplo prático disso, quase um mês depois do início do trabalho da atual comissão técnica, é o gol.

Até agora, nem Fernando Prass, titular na reta final do ano passado e que renovou contrato em dezembro, nem Weverton, reforço que chegou ao clube em janeiro, no time. O dono da posição é Jailson, que vem correspondendo com atuações seguras e muito apoio da torcida.

O Santos de Jair
Jair Ventura chegou a Santos para ser o arquiteto de uma obra que estava em andamento, com uma diretoria que havia sido empossada dias antes, tão preocupada em pagar contas urgentes – salários e benefícios de funcionários estavam atrasados – quanto em buscar reforços para o elenco alvinegro.

Desde o começo, afirma não se prender a um sistema de jogo – é ele quem tem que adaptar a forma do time aos jogadores disponíveis. Assim, evitou mudanças drásticas à equipe que terminou 2017 na terceira posição do Brasileiro. Nas primeiras rodadas, sem malabarismos, mas com clara diferença técnica, efetivou Romário na lateral-esquerda, onde jogava Zeca, Vecchio no meio, no lugar de Lucas Lima, e Rodrigão como centroavante, posição que era de Ricardo Oliveira.

As trocas, porém, já começaram. Caju ganhou a vaga de Romário, e Sasha deve comandar o ataque, com Rodrigão no banco contra o Palmeiras. Gabigol, principal contratação da temporada, pode ser relacionado para o clássico – tornar-se titular é questão apenas de tempo.

Num Santos de pouco investimento, lida com a pressão para lançar jovens atletas da base sem queimá-los. O atacante Rodrygo, de 17 anos, é o principal deles. Por enquanto, deu chance ao garoto nos dois últimos jogos e colheu bons frutos: dois gols que garantiram uma vitória (2 a 1 sobre a Ponte Preta) e um empate (Ituano, 1 a 1) nos acréscimos.
Fonte: Globo Esporte
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