"Time a ser batido" em 2017, Palmeiras inverte discurso após ano sem taças


Desde que ficou claro que passaria 2017 sem títulos, o Palmeiras se esforça para mudar o roteiro para a temporada que agora se inicia. Na reapresentação do elenco, na última quarta, a diferença de discurso mostrou isso claramente. Se o ano passado começou com Felipe Melo falando em "fazer história", Lucas Lima foi bem mais comedido, seguindo a linha adotada por Alexandre Mattos.
"A gente tem de focar, trabalhar. Tem de ter os pés no chão, a humildade. Vamos tentar dar trabalho em todos os campeonatos", disse o meia. "Foi um ano difícil, tivemos dificuldades, mas também aprendizado. Nós sabemos por que ganhamos em 2015 e em 2016, e sabemos por que não ganhamos no ano passado. Falei isso com os atletas, não podemos cair na armadilha do futebol. Quem começou com essa pressão, de que o Palmeiras era a primeira força e o Corinthians era a quarta? Partiu do externo. E já está vindo de novo", avaliou o diretor de futebol.

Se houve, de fato, pressão externa, não foi só de imprensa e torcida que a veio a expectativa. Felipe Melo, por exemplo, deixou claro em sua apresentação, há um ano, qual era o tom que acompanharia o clube ao longo do ano. "Quando o Mattos me ligou ele disse que o time estava sendo montado para ganhar todas as competições, não só a Libertadores. Queremos ganhar tudo. Vamos fazer um grande trabalho. Nós sonhamos em ganhar tudo e fazer história aqui dentro. Ganhei o Brasileiro pelo Cruzeiro e sei o quanto é gostoso. Quero repetir. O time a ser batido é o Palmeiras. Eu joguei a Libertadores quando era jovem, era coadjuvante. Agora, eu sou ator principal", disse o volante, em discurso que repercutiu bastante. 

E não foi só ele que entrou na pilha. Em entrevista à Fox Sports, em maio, quando o Palmeiras estava nas oitavas de final da Libertadores, o capitão Dudu disse que não gostaria de enfrentar o Real Madrid em uma possível final do Mundial de Clubes. O time alviverde acabou sendo eliminado naquela mesma fase da competição continental, diante do Barcelona de Guayaquil. Este ano, a conversa passou longe de um possível confronto com europeu em dezembro.

"O Palmeiras está preparado, estruturado, com elenco forte, profissionais de primeira linha e receitas boas, mas isso não pode ser levado para o lado negativo. Como o Palmeiras pode ser 'favoritaço' se o Grêmio é campeão da Libertadores e não perdeu ninguém? Se o Flamengo fez três finais no ano? Se o Corinthians foi campeão brasileiro, perdeu alguns jogadores, mas com certeza vão repor? E o Cruzeiro fez um investimento alto agora e, para mim, hoje, é o grande favorito", completou.
Além do excesso de pressão por títulos, Mattos citou como um erro cometido pelo Palmeiras a falta de manutenção de um trabalho. O time começou o ano com Eduardo Baptista como novo treinador, teve a volta de Cuca em maio e terminou o ano sendo dirigido de forma interina por Alberto Valentim. Agora, inicia 2018 com Roger Machado no comando.

"O Palmeiras não tem seu time definido. Foi um erro muito forte que o Palmeiras cometeu no ano passado, e é responsabilidade de todos nós. Ainda temos que montar um time, e não é nome de jogador ou dinheiro que vai montar. É um coletivo forte, que ainda não encontramos. Mas temos muita convicção de que o Roger vai desempenhar um ótimo trabalho", disse.

Depois dos títulos da Copa do Brasil em 2015 e do Brasileirão em 2016, o melhor resultado do Palmeiras em 2017 foi o vice-campeonato brasileiro. Além da eliminação nas oitavas da Libertadores, o time alviverde caiu na semifinal do Paulistão para a Ponte Preta e nas quartas da Copa do Brasil para o Cruzeiro.
Fonte: UOL
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