Presidentes dos quatro grandes opinam sobre problemas de segurança e relação com torcedores


Maurício Galiotte, presidente do Palmeiras, e Roberto de Andrade, mandatário do Corinthians (Foto: Marcelo Hazan)

A relação dos clubes com as torcidas organizadas e os problemas decorrentes da violência no futebol foram pauta em uma mesa de discussão com os presidentes de São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos.
Os dirigentes participaram do 2º congresso brasileiro de direito desportivo, nesta terça-feira, no campus de direito da Universidade de São Paulo.

Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, usou o caso do Tricolor como exemplo. Ele citou a invasão ao CT da Barra Funda, em agosto de 2016, e a atual relação com as organizadas do clube, para defender mais diálogo.

No domingo, as escolas de samba Independente e Dragões da Real desfilaram no Morumbi antes do duelo contra o Bahia. Neste ano, as organizadas e torcedores de outras correntes participaram de duas reuniões no CT, a convite do São Paulo.

– Hoje o São Paulo vive uma experiência diferente, porque conversou com suas torcidas organizadas e com seus torcedores em geral, representados nos mais diversos segmentos. Há três meses, com a presença de todos, abordamos aspectos fundamentais da equipe de futebol. Certamente contribuiu para que o comportamento e a atitude do torcedor se transformasse de ameaça em apoio. A torcida do São Paulo abraçou a equipe e foi fundamental para que ela se reerguesse e pudesse sair da situação angustiante em que se encontrava – disse.

– Conversamos na semana passada novamente com um grupo grande de torcedores e posso atestar aos senhores que o resultado é realmente expressivo e fundamental, porque nós estamos vendo uma redução significativa no nosso universo de situações de desrespeito à conduta social correta. Isso faz parte do processo. Não podemos ignorar que essa parte é importante. Do outro lado precisa haver estabelecimento de regras que deem condições e limites para que a conduta seja melhor. Acredito que há possibilidade de avanço. Infelizmente não total, porque o comportamento grupal ilude alguns integrantes de que o anonimato possa acobertar condutas que não sejam as mais adequadas – completou Leco.

O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, abordou um outro ponto sobre o assunto. Ele isentou os clubes de responsabilidade pelos problemas de violência. O Alvinegro foi punido na última segunda-feira com a perda de um mando de campo por conta de sinalizadores.

– Hoje é muito fácil punir o clube. O clube não tem poder de polícia. Hoje nosso evento é 100% dirigido pela PM e pelo MP. As regras são ditadas por eles. Não sei porque os clubes são responsáveis. Tem PM fazendo revista na porta do estádio, entra meia dúzia de sinalizador e o clube é punido. Porque a polícia está lá? A lei é fraca e, mesmo assim, ela não é seguida – afirmou.

Resumidamente, o presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, falou sobre a criação de leis mais eficientes para punir os infratores. O mandatário do Santos, Modesto Roma, afirmou que o importante não é se afastar ou se aproximar das torcidas, mas sim distinguir a torcida do crime organizado.
Fonte: Globo Esporte
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