Rompimento de Leila e Mustafá racha Palmeiras. E provoca o renascimento do bilionário Paulo Nobre


"Não tenho mais relacionamento com ele. Mustafá me decepcionou muito. Era uma pessoa por quem tinha muito respeito. Não merecia aquele episódio, o patrocinador não merecia. Se algumas pessoas dentro do clube acham normal a venda dos bilhetes que eram repassados gratuitamente para eles, eu não acho. Eram 70 ingressos por jogo que ele pedia, dizendo que seriam distribuídos para conselheiros e sócios. Eles são uma contrapartida pelo contrato de patrocínio.
"Sou presidente da maior financeira independente do Brasil, sou presidente de uma grande faculdade e acredito no profissionalismo.

"Falando de forma hipotética, porque no Palmeiras essa possibilidade de o clube ser vendido nunca vai existir, eu compraria um clube da grandeza do Palmeiras se tivesse a oportunidade.

"Quando puder concorrer à presidência (a partir de abril de 2021, depois de cumprir um mandato como conselheira), vou concorrer. Os sócios vão decidir. Vou poder fazer muito mais coisas pelo Palmeiras. Apesar de que como conselheira também posso fazer bastante, apoiando o presidente. Me sinto muito confortável em investir. O clube está sendo bem administrado.

As declarações de Leila Pereira, à Folha de São Paulo, não demoraram para repercutir no Palmeiras. Logo pela manhã, conselheiros ligados a Mustafá Contursi trataram de procurar pessoas ligadas ao ex-presidente Paulo Nobre. E querem o reaproximar de Mustafá. Os dois haviam rompido com a forte ligação de Contursi com Pereira. Mas com o afastamento dos dois, eles querem a reaproximação. E mais, fazer de Nobre o candidato da oposição, para enfrentar Mauricio Galiotte, já na eleição do final deste mandato, em dezembro de 2018.

A razão do rompimento entre Leila e Mustafá nos 70 ingressos que a Crefisa tem por direito nos jogos do Palmeiras, na sua arena. Leila os estava repassando para Mustafá distribuir entre conselheiros aliados. Ou convidados que quisesse.

De acordo com denúncia ao presidente do Conselho Deliberativo, Seraphim del Grande, Mustafá estaria repassando esses ingressos a uma protegida. Ela os repassaria a membros das principais organizadas palmeirenses. E eles venderiam os ingressos para membros das torcidas.


Só que Mustafá teria parado de repassar os ingressos a esta mulher, que se chama Eliane Fontana. E os membros da organizada a teriam ameaçada de morte. Ela estaria desesperada. E procurou Paulo Serdan, ex-presidente da Mancha Verde, e ele procurou Seraphim. E fez a denúncia.

Seraphim protocolou requerimento sobre o caso.

"No dia 17.10.2017, atendendo à nossa convocação em caráter de urgência, compareceu o Conselheiro Paulo Serdan, na sala de reuniões da Presidência da SEP, onde declarou:
- que foi procurado pela associada Eliane Fontana, que lhe informou que estava sob ameaça de pessoa ligada à associação a qual pertence o conselheiro Aquino, indagando se ele conhecia 'Alexandre que vende ingressos na Rua Turiassu';
- que o declarante questionou a associada sobre o motivo da ameaça, recebendo em resposta a afirmação de que a associada sempre entregava ingressos à Alexandre, pois recebia grande quantidade de sua amiga “Leila da Crefisa” mas que Leila, sem avisar, suspendeu a entrega à associada quando ela já havia se comprometido a abastecer as vendas que Alexandre fazia e que esse passou a ameaçá-la, talvez por acreditar que ela estivesse fornecendo os ingressos a um concorrente de Alexandre na venda de ingressos na rua (fora da bilheteria);
- que o declarante, após falar com a associada, procurou saber quem seria 'Alexandre que vende ingressos na Rua Turiassu' e acabou por encontra-lo e questioná-lo, recebendo as seguintes informações:
· . que Eliane vendia a Alexandre os ingressos que recebia de “Leila da Crefisa”;

· . que Alexandre revendia na Rua Turiassu para intermediários, os ingressos comprados de Eliane;

· . que Alexandre havia sido pressionado pelos intermediários que realizavam a venda direta ao torcedor na rua, dos ingressos que adquiria de Eliane e, na sequência, pressionou Eliane, que informou que não mais poderia fornecer pois havia parado de receber os ingressos dados pela Crefisa;

· . que, ao ser informado sobre a ilegalidade dos procedimentos, Alexandre se comprometeu a não mais procurar Eliane.

- que o declarante, após a conversa com Alexandre, se dirigiu, por livre iniciativa, aos patrocinadores do Palmeiras, para comunicar os fatos, que considerou graves, principalmente pela quebra da confiança e pelo aferimento de lucro com ingressos sem custo.
Indagado se conhecia a associada, o Conselheiro declarou que a conhecia de vista, pois sua filha havia participado da bateria da escola de samba Mancha Verde, há anos atrás, mas que, no final de 2016 passou a vê-la constantemente ao lado de 'Leila da Crefisa' e, por essa razão, acreditava ser Eliane pessoa próxima de Leila, amiga ou funcionária.
Indagado se poderia fornecer os dados ou o contato de 'Alexandre que vende ingressos na Rua Turiassu', informou que não possuía o nome completo, tampouco o contato, sendo que o mesmo poderia ser encontrado em dias de jogos do Palmeiras, na Rua Palestra Itália.
Indagado se a declaração que prestou ao Conselho Deliberativo é a mesma que prestou à CREFISA e à FAM, confirmou, mas informou que não pretende requerer a abertura de sindicância, considerando que o fato é grave e que os Patrocinadores devem ser preservados.
Por fim, o Conselheiro colocou-se à disposição para quaisquer esclarecimentos sobre os fatos.

SERAPHIM CARLOS DEL GRANDE
Presidente do Conselho Deliberativo
Sociedade Esportiva Palmeiras."


Paulo Nobre está rompido com Galiotte. Ele se juntou a Leila e Mustafá, deixando de lado o ex-presidente palmeirense. Só que, como Leila optou por se afastar de Mustafá, Nobre pode reatar com o conselheiro que está há mais de 40 anos no Palmeiras e segue com inúmeros aliados.

O clube já está rachado politicamente.

Se houver a reaproximação, as forças se dividirão de vez.

Nobre teria fôlego para disputar a eleição com Galiotte, em 2018.

E ganharia força, se eleito, para seu sonho maior.

Evitar que Leila, sua inimiga mortal, seja eleita em 2020.

Os dois bilionários disputariam o cargo.

A política tem potencial, para atrapalhar a caminhada do Palmeiras, daqui por diante...

Fonte: Blog Cosme Rímole/R7
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