Palmeiras está perto de pagar Nobre e zerar dívidas. Agora, mira "poupança"


Maurício Galiotte quer zerar dívidas do Palmeiras com o ex-presidente Paulo Nobre

O Palmeiras caminha para atingir o melhor momento financeiro em toda a sua história desde que o futebol virou um esporte profissional.
Se o planejamento atual se mantiver, as dívidas bancárias serão quitadas no meio do ano que vem e o clube será um dos únicos com liberdade até de poupar pensando no futuro. Para tentar deixar um legado que não dependa de seus sucessores, o presidente Maurício Galiotte quer criar um fundo de reserva para o clube que servirá de socorro em eventuais problemas financeiros.
O plano é que a ideia entre em vigor a partir do meio do ano que vem, quando o clube imagina quitar os R$ 33,7 milhões que ainda deve para o ex-presidente Paulo Nobre.

O fundo funcionará como uma poupança. Mensalmente, uma porcentagem do faturamento líquido será depositada em uma conta que terá correção monetária. Galiotte tem o plano inicial de preservar ao menos 2% do que receber, mas essa quantia ainda será discutida. Nos moldes atuais, isso significaria uma poupança de R$ 10 milhões por ano. Esse é o valor, por exemplo, da contratação de Alejandro Guerra, bancada pela Crefisa no início do ano.

Em um primeiro momento, o presidente decidirá quando pode usar, ou não, o fundo de reserva, mas seu plano e é oficializar a conta no estatuto e condicionar o uso do acumulado às concordâncias do presidente executivo, do presidente do Conselho Deliberativo e do Conselho de Orientação e Fiscalização, o COF.

Galiotte imagina que terá pouca ou nenhuma restrição por parte do Conselho para aplicar tal medida e diz ter consultado sua diretoria financeira, liderada por Luciano Paciello, para apresentar tal novidade.

Como o Palmeiras quitará as dívidas com Nobre?

Hoje, o clube repassa ao ex-presidente 10% de sua receita líquida todo mês, o que significa no mínimo R$ 3 milhões. Além disso, Galiotte usou receitas de 2017, como a venda de Gabriel Jesus e as luvas pelo contrato com Esporte Interativo, para acelerar esse pagamento.

Até agora, quase R$ 90 milhões já foram pagos a ele desde o início da atual gestão. Até o fim do ano, esse número ultrapassará os R$ 100 milhões.

Os críticos de tal atitude afirmam que seria melhor Galiotte não ter acelerado o pagamento e usado as verbas para outros investimentos que renderiam mais ao clube. O presidente, no entanto, diz que prefere zerar as pendências e afirma que tem um acordo feito na época em que eles ainda estavam do mesmo lado na política para acabar com essa dívida o mais rápido possível.

O Palmeiras não vai dever para mais ninguém?

Ao pagar Nobre, o Palmeiras terá quitado todas a suas dívidas consideradas bancárias, que são as que têm maior taxa de juros e, portanto, as mais prejudiciais às finanças. Restarão menos de R$ 70 milhões de dívidas com o Governo e que estão parcelados a longo prazo após acordo com o poder público.

O ex-presidente ainda terá direito a mais R$ 16,1 milhões que são referentes ao investimento para as contratações de Roger Guedes (R$ 4,4 milhões) e Yerri Mina (R$ 11,7 milhões). Esse montante, no entanto, só será considerado dívida caso os atletas deixem o clube sem proporcionar retorno financeiro.

A expectativa é que o colombiano seja vendido por mais de R$ 30 milhões ao Barcelona e que o atacante ainda tenha mercado até o fim de seu contrato, em 2021. Neste cenário, Nobre receberá apenas o que investiu, com direito a correção monetária. O lucro pertence ao Palmeiras.

Tudo isso é grana da Crefisa?

O patrocínio da Crefisa de R$ 72 milhões por ano ajuda bastante o Palmeiras a respirar nas finanças, mas corresponde a 20% do total de receitas. O restante tem outras fontes, como bilheterias no estádio, que renderam mais de R$ 50 milhões até setembro, o Avanti, com mais de R$ 30 milhões por ano, e acordos com a TV.

Em agosto, por exemplo, o clube fechou o mês com um lucro de R$ 11 milhões, o que significa um acumulado que supera os R$ 47 milhões na atual temporada.

É importante ressaltar, no entanto, que o clube só pôde investir mais de R$ 100 milhões em contratações neste ano sem prejudicar suas finanças porque contou com o suporte da patrocinadora. Sem esse dinheiro, Borja e Deyverson dificilmente teriam sido contratados, por exemplo. Além deles, Dudu, que renovou seu compromisso, poderia já ter sido negociado com a Europa.
Fonte: UOL
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