Depois de R$ 51 milhões, Palmeiras ainda sofre com camisa 9


O reforço mais caro do Alviverde para a temporada marcou seu último tento em 21 de junho, contra o Atlético Goianiense pelo Brasileirão. Com a chegada de Deyverson, o colombiano perdeu espaço no time. Foto: Newton Menezes / Futura Press / Estadão Conteúdo

Os R$ 51 milhões que o Palmeiras utilizou para contratar dois atacantes – o reserva Borja por R$ 33 milhões e o titular Deyverson por R$ 18 milhões – não definiram o dono da camisa 9. Nenhum dos dois conseguiu se firmar como titular indiscutível. Depois de criticar o colombiano, a torcida agora pega do pé do atacante que veio do Alavés, principalmente nas redes sociais. As críticas se justificam: cada um fez apenas três gols no Campeonato Brasileiro. Alejandro Guerra e Willian fizeram cinco gols cada; Keno, quatro.
“Borja tem uma característica, Deyverson, outra, e Willian, outra. Com Willian, conseguimos colocar Róger Guedes, Keno ou Guerra. Se adversário estiver bem fechado, usa referência. Temos de analisar o jogo”, disse Cuca, ontem. 

Cuca já elogiou o comprometimento tático de Deyverson, que volta para marcar quando o time perde a bola. Também destaca o jogo aéreo e o papel de pivô. Dentro da área, o titular tem feito poucos gols pelo alto, mas ajuda nas disputas na intermediária. 

Mesmo importante taticamente, o atacante que atuava no Alavés ficou com a imagem arranhada depois de ter se recusado a participar da disputa de pênaltis que causou a eliminação da Libertadores. Diante do Atlético-MG, pelo Campeonato Brasileiro, ele bateu e desperdiçou. No torneio nacional, soma três gols em 11 partidas. Desde sua estreia, em 23 de julho, diante do Sport, ele só não atuou em uma partida, contra o Cruzeiro, porque não estava inscrito na Copa do Brasil. 

Reforço mais caro da história do clube, Borja ainda não repetiu o futebol que o fez se destacar em 2016 pelo Atlético Nacional. Mesmo assim, o colombiano tem sido um pedido constante da arquibancada nos últimos jogos. A dificuldade para se ajustar ao estilo de jogo, que pede marcação e ocupação de espaços, é um dos motivos pelos quais o colombiano não é titular. A única vez em que isso aconteceu foi diante do Atlético-PR, ocasião em que a equipe foi poupada para a Libertadores. O técnico explicou algumas vezes que será preciso ter paciência para deixar o atacante se adaptar ao futebol brasileiro. 


Deyverson chegou em julho de 2017 ao Palmeiras com o aporte de R$ 18 milhões da patrocinadora Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

Borja é o camisa 9 clássico, quase sempre fixo na área. Ele tem 35 jogos e sete gols marcados, sendo que em 28 ocasiões ele entrou com o jogo em andamento. No Brasileiro precisou de sete jogos para fazer os mesmos três gols de Deyverson. 

As estatísticas comprovam que Borja finaliza mais, mesmo jogando menos. Somadas as três partidas em que jogou os 90 minutos, Borja finalizou 14 vezes, a mesma quantidade que Deyverson teve em seis jogos. 

Deyverson, Willian e Borja chegaram neste ano como apostas para compensar a saída de Gabriel Jesus, negociado com o Manchester City. Willian é o artilheiro do time na temporada com 15 gols, mas atua pelos lados do campo, com funções diferentes de um 9.
Fonte: Estadão
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