Mudanças na diretoria evidenciam cisão entre Nobre e Galiotte no Palmeiras


Galiotte e Nobre vivem relação distante atualmente 

O Palmeiras divulgou nesta segunda-feira a listagem dos 49 diretores da gestão do presidente do clube, Maurício Galiotte. A relação havia sido homologada na última semana, durante reunião do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF), e representou mais um capítulo do rompimento entre o atual mandatário e o antecessor e antigo aliado, Paulo Nobre. Alguns dos dirigentes com maior proximidade político ao ex-presidente acabaram afastados.

Entre os nomes que saíram estão os do ex-diretor jurídico, Guilherme Pereira, e do ex-diretor de planejamento, Ricardo Galassi. Os dois tiveram atuação no processo de arbitragem entre Palmeiras e a construtora WTorre sobre o contrato de gestão do Allianz Parque. "Pelo bem do clube e da continuidade da gestão, prefiro não entrar no mérito da decisão do Maurício, a quem estimo e torço pelo sucesso", disse Pereira. 

Galiotte alegou que as escolhas da nova diretoria foram balizadas por critérios como meritocracia, experiência na administração e tempo no clube. Ele disse ainda que mesmo com trocas, manteve alguns dos integrantes da gestão anterior, na qual atuava como vice-presidente.

Internamente, as decisões de Galiotte repercutiram como uma vitória de Mustafá Contursi, dirigente que comandou o clube entre 1993 e 2004. Atualmente ele é apoiador da atual gestão e adversário político de Nobre. Contursi, aliás, teve papel atuante na decisão que causou o rompimento entre Galiotte e Nobre.

Contursi apoiou a eleição da dona da Crefisa, Leila Pereira, ao Conselho Deliberativo do clube. A presença dela causou o afastamento entre os dois últimos presidentes. Pouco antes de deixar o cargo, em dezembro, Nobre impugnou a candidatura da empresária ao relatar que ela não cumpria os pré-requisitos mínimos de tempo no quadro societário para concorrer à vaga no conselho. Galiotte, por sua vez, cancelou o ato do antecessor após assumir a presidência, embasado na informação dada por Contursi de que Leila cumpria a exigência.

Guilherme Pereira, um dos afastados, foi um dos conselheiros a ter votado pela impugnação da eleição que elegeu a dona da Crefisa. "Eu não votei contra ela, votei contra o que, na minha visão, foi uma infração ao Estatuto. Naquele momento, ela era, mas, se fosse qualquer outro associado, minha posição seria a mesma", disse o ex-diretor jurídico. 

Leila precisou passar por uma votação extra no Conselho Deliberativo para ter a eleição aprovada. Assim como Pereira, outros dois diretores que se posicionaram contra a validação também deixaram a diretoria. Luis Henrique Fronterotta deixou a pasta de planejamento e Augusto D’Alessio não é mais o responsável pela arena.
Fonte: Estadão
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